sexta-feira, 21 de maio de 2010

Raça jersey

SELEÇÃO, EXPANSÃO E COSMOPOLITISMO

No mundo, o gado Jersey tem sido criado puramente há mais tempo do que qualquer outra raça bovina. A raça Jersey é originária de uma pequena ilha de apenas 11.655 hectares, no Canal da Mancha, entre a Inglaterra e a França, na região da Normandia, denominada "Ilha de Jersey" e pertencente à Grã- Bretanha. A raça Jersey desenvolveu-se a partir do ano 1.100, adaptada às necessidades dos habitantes da ilha e à limitada produção de forragueiras devido a ocupação de parte dos campos com outros cultivos essenciais à alimentação do povo, em especial a batatinha. A sua discutida origem pode ter sido a partir da raça Bretona ou da Normanda. Alguns autores a citam como originária de raças germânicas. Informações mais remotas, porém, indicam que a raça Jersey se formou por cruzamento do pequeno gado negro da Bretanha com os grandes bovinos vermelhos da Normandie. Mediante rigorosa seleção, fixou-se um tipo uniforme com as atuais características, tornando-a a raça que mais manteve seu estado de pureza.

Vaca JerseyEm 1763, foram decretadas leis que proibiam a entrada na Ilha de Jersey de qualquer animal vivo que pudesse transmitir doenças aos seus bovinos.

Numa ilha como a de Jersey, que tem cerca de 17.500m de comprimento por 14.500 de largura, e que devido à sua pequena área provavelmente nunca comportou mais do que 10.000 cabeças, não foi difícil atingir as metas de seleção. Curiosamente, foi durante a ocupação nazista (entre junho de 1940 e maio de 1945) que os criadores da ilha foram obrigados a utilizar critérios severíssimos para a seleção. As tropas de ocupação, sempre que podiam, importavam carne bovina da Alemanha e da França, também ocupada, porém, nos últimos seis meses de ocupação, cerca de quarenta cabeças eram abatidas por semana. Os criadores, diante de tal circunstância, resolveram agir do seguinte modo: se tivesse chegado a vez do criador "A" ceder, por exemplo, cinco animais para os nazistas e este criador tivesse apenas animais excepcionais, e um criador "B" tivesse cinco animais de inferior qualidade, o criador "B" teria seus animais abatidos e o criador "A" cederia os seus para o "B".

Em 1734 a raça já era caracterizada como excelente produtora de leite.

Em 1763, foram decretadas leis que proibiam a entrada na ilha de Jersey, o berço da raça, de qualquer animal vivo que pudesse transmitir doenças em animais da ilha. Até hoje, os animais que vão competir em exposições fora da ilha, lá são vendidos, por não poderem retornar à origem. Estas leis sacramentam a pureza da Raça.

Devido à excessiva consaguinidade, notou-se uma degeneração da raça entre os anos de 1800 e 1830, sendo responsávis pelo ressurgimento e aperfeiçoamento do Jersey, até o tipo leiteiro atual, os coronéis Le Conteur e Le Cornu.

Em 1833 foi criada a Royal Jersey Agricultural and Hoticultural Society.

Em 1836, no dia 31 de março, realizou-se a 1ª Exposição da Raça Jersey em Cattle Market, na Beresford Street.

Em 1838 foi criado um sistema de pontuação baseado na classificação obtida nos julgamentos das exposições. Embora tenha sofrido algumas modificações, é a base da escala de pontos atual. As pontuações eram anotadas em um sistema de registro que deu origem, em 1866, ao Herd Book,

Em 1844 foi feita aprimeira descrição da raça Jersey, por Le Conteur, citado mais acima.

O ano de 1850 marca a primeira exportação oficial da ilha de Jersey para os Estados Unidaos, ano em que fizeram os primeiros registros de Jerseys naquele país. Há registros, no entanto, que indicam que a chegada dos primeiros exemplares da raça Jersey aos Estados Unidos da América tenha ocorrido em 1815.

Em 1854 a ilha de Jersey exporta para a Austrália e, oito anos depois, para a Nova Zelândia.

Vaca Jersey Em 1860, numa demonstração clara da preocupação dos criadores com a qualidade do leite passou-se a realizar, durante as exposições de gado, testes que utilizavam lactômetros para medir a consistência do leite.

Em 1866, no mês de março, ocorreu o mais importante evento em toda a história do Jersey que foi a criação do Jersey Herd Book. A partir da escala de pontos de 1838, citada acima, definindo o tipo, passou-se a incrementar a seleção da raça em termos da rusticidade, precocidade, prolificidade, facilidade de parição, longevidade e produção leiteira e manteigueira.

Em 1868 foi fundado o American Jersey Cattle Club, que atualmente registra aproximadamente 50.000 cabeças por ano. Nesse mesmo ano a raça foi introduzida no Canadá.

Em 1872, em uma época em que as exposições tornavam-se cada vez mais importantes, no "Summer Show", concorreram 236 cabeças, assim divididas: 60 bezerras, 59 novilhas, 10 vacas de primeira cria, 43 vacas jovens, 32 vacas adultas, 25 touros jovens e 7 touros dois anos.

Em 1896, a Dinamarca importou os seus primeiros Jerseys e, hoje em dia, a seleção dinamarquesa é reconhecida por ter uma das mais altas produções de gordura do mundo.

Em 1901 teve início o Herd Book canadense.

Em 1906 foi fundado o South Africa Society's Book.

Em 1909 a raça Jersey foi introduzida na Argentina.

Em 1910 a raça Jersey foi introduzida no Uruguay.

A raça Jersey, devido às suas características, teve fácil expansão no mundo. Nos Estados Unidos obteve sucesso quando o leite passou a ser melhor remunerado pela porcentagem de gordura, minerais e proteínas nele contidas.

No Brasil, o gado Jersey foi introduzido no Rio Grande do Sul pelo grande pecuarista Joaquim Francisco de Assis Brasil, que formou seu primeiro criatório na Granja de Pedras Altas, no então município de Herval, atual Pedras Altas, sobre o afixo Itaevaté (Pedras Altas em tupi-guarani). O primeiro lote veio em 1896 da Granja de Windsor, pertencente à rainha Vitória da Inglaterra. De lá saíram os tourinhos que passaram a ser usados em cruzamentos com as vacas crioulas de diversas regiões gaúchas, formando o grande rebanho de vacas puras e mestiças por cruzamento, hoje existentes por todo o Brasil.

Sobre esse trabalho de Assis Brasil, apresentamos o texto abaixo, intitulado The first Jersey Cows in Brazil, publicado na internet pela Danish Jersey Cattle Society. Nesse site tem-se informações muito detalhadas sobre a história e expansão do gado Jersey.

The first Jerseys were introduced into Brazil in 1895 by Dr. Joaquim Francisco de Assis Brasil who, at the time, was the Brazilian Ambassador in Great Britain. He decided to import his first Jerseys from the island of Jersey after having seen the Jerseys in the Royal Herd of Queen Victoria at Windsor Castle.

Dr. Assis Brasil was a famous Brazilian diplomat who was married to a Portuguese and travelled extensively all over the world. He was also the first to import Arab horses, Karocul sheep and Devon beef cattle to Brazil. He took his Jersey cattle, two cows and a bull calf, from Jersey Island to Portugal where they stayed on a friend`s farm before being transferred to Brazil in 1895. These three Jerseys first remained in Ibirapuitã, Alegrete, in Rio Grande do Sul, the Province that still is the heartland of Jerseys in Brazil, before moving in 1904 to Pedras Altas in the same state. Here the Assis Brasil family developed their Jersey herd and started up the "Pedras Altas Herd Book 1985". The Jerseys were still at the Castello de Paz, ninety years after their ancestors had first arrived!

The Jersey breed was officially recognised by the Brazilian government in 1930, due to the efforts of Mr. Joaquim`s daughter, Ms. Joaquina.

(Para maiores informações escrever para Hans Ottesen.)

Em 1904 foi feita a transferência de animais de Alegrete para o Granja de de Pedras Altas. O primeiro Herd Book da raça no país, foi o "Pedras Altas Herd Book 1985".

Em 1930 a raça Jersey foi oficializada pelo Ministério da Agricultura do Brasil.

Em 1938 foi criada a Associação de Criadores de Gado Jersey do Brasil, no Rio de Janeiro,

Em 1948, foi criada a Associação de Criadores de Gado Jersey do Rio Grande do Sul, com sede em Pelotas.

Em 1954, face à expansão territorial da raça no Rio Grande do Sul e no Barsil, o Herd Book foi transferido para a Associação dos Criadores de Gado Jersey do Brasil, no Rio de Janeiro.

Em 1987 foram criados os núcleos gaúchos de criadores de Jersey.

Vaca Jersey Em 1991 a Associação de Criadores de Gado Jersey do Rio Grande do Sul foi informatizada.

Em 1992 foi construída a nova "Casa do Jersey ", em Esteio-RS.

Em 1996 a Associação de Criadores de Gado Jersey do Rio Grande do Sul inaugurou sua página na Internet.

A raça Jersey está, há mais de 100 anos, fazendo história e sucesso no Brasil, os trabalhos pelo melhoramento genético, a procura de alternativas de manejo, e as políticas de fomento, foram co-responsáveis, aliadas as qualidades da raça, pela implantação definitiva da Jersey no Brasil e pelo padrão dos animais aqui encontrados.

Algumas atitudes foram decisivas para esse sucesso, como a inauguração da I Exposição Nacional da Raça, que possibilitou uma série de mostras anuais, com a participação de animais provenientes de vários estados brasileiros, bem como os convênios assinados, ainda na década de 70, com 13 Secretarias Estaduais de Agricultura para a viabilização de um Plano Nacional de Distribuição de Tourinhos, visando a introdução e a consolidação da genética Jersey nos rebanhos leiteiros de praticamente todo o país. Essas medidas, foram significativas para o fomento da raça, além de outras, como a atualização do estatuto da Associação de Criadores de Gado Jersey do Brasil, a criação da ExpoMilk em conjunto com as outras raças leiteiras e o incentivo para os criadores fundarem seus núcleos e filiadas. Essas medidas partiram da diretoria da ACGJB em 1991 e foram importantes para promover e posicionar a raça sobre um padrão de qualidade mundial, tendo o Brasil hoje o melhor banco genético do mundo dessa raça.

O rebanho mundial de gado Jersey é da ordem de 10 milhões de cabeças.

Associação de Criadores de Gado Jersey do Brasil



O QUE SE DEVE ESPERAR DE UMA JERSEY

Vaca Jersey A raça Jersey é a mais eficientes de todas na produção de leite e é encontrada nos cinco continentes. Atualmente, é a segunda raça leiteira mais criada no mundo, devido às suas características listadas a seguir.

1-ALTA PRECOCIDADE E PROLIFICIDADE
A novilha Jersey tem seu primeiro parto mais cedo do que qualquer outra raça sendo assim seu custo de manutenção até a primeira parição é menor em comparação com outras raças. Além de sua boa capacidade de reprodução, ela apresenta facilidade de parição, perpetuada geneticamente. Aos 26 meses já dão cria, voltando a emprenhar após 110 dias. Isso significa mais lucro para o criador, recuperando-se o desempenho em menor tempo. Como exemplo, conhece-se uma vaca que, aos dois anos, produziu 9.993 kg de leite e 448 kg de gordura.

2- LONGEVIDADE
A vaca Jersey começa a produzir leite no segundo de vida e continua a sua vida reprodutiva até os 20 anos, atingindo o máximo de rendimento dos 10 aos 12 anos. Isso significa que o rendimento do investimento é mais longo. A vaca BASIL LUCY MINNIE PANSY, um animal de alto rendimento, produziu 126.857 kg de leite e 6.150 kg de gordura durante sua vida de mais de 21 anos. A média de produção durante seus 5.667 dias de lactação, foi de 22,4 kg de leite e 1,1 kg de gordura ao dia. Isto significa que o rendimento do investimento na raça Jersey dura mais tempo do que com outras raças.

3-ADAPTABILIDADE
A vaca Jersey não tem barreiras nem climáticas, nem geográficas, ela tem prosperado em todos os climas e condições. Sua tolerância às diversas temperatura, assim como a facilidade no que concerne a concepção e ao parto, faz com que seja perfeitamente adaptável às mais variadas condições climáticas, além de apresentar bom desempenho em instalações comerciais e em programas de pastoreio. A sua tolerância ao calor faz dela uma escolha lógica para os criadores de raças leiteiras em regiões tropicais:

4-PESO EM LEITE OU EFICIÊNCIA
A raça Jersey produz uma única lactação de 10 a 12 vezes seu peso em leite. Temos exemplos de vacas que produziram até 32,6 vezes seu próprio peso em leite. Isto é eficiência. Como exemplo, a vaca SUNNY KING BERNA produziu 111.255 kg de leite e 6.646 kg de gordura durante sua vida, sendo recorde mundial de produção de gordura entre todas as raças.

5-RENTABILIDADE
Segundo o New York and Northeast Dairy Herd Improvement Program Sumary, editado em 1.986, o rendimento líquido das vacas Jersey sobre as outras raças, no que se refere a custos dos alimentos, é 14,18% favorável à vaca Jersey. Essa economia é que deu enorme vantagem ao crescimento da raça no mundo inteiro com destaque atualmente nos Estados Unidos.

Vaca Jersey 6-PRODUÇÃO ECONÔMICA
A vaca Jersey apresenta uma alta eficiência de conversão alimentar. Transforma, de maneira eficiente, as rações e a forragem em leite, produzindo mais por área, por tonelada de forragem. Produz mais leite corrigido em gordura, por 100kh de peso vivo do animal, do que outras raças. Por sua condição genética selecionada por milênios é a que mais produz leite nas pequenas e médias propriedades. A vaca Jersey é uma "máquina" que produz grande quantidade de leite com pouca exigência em sua manutenção. Podemos citar como exemplos a recordista sul americana, CACIANA KNIGHT CABREÚVA DO PARATEÍ, que aos 4 anos produziu 15.142 kg de leite, e a recordista mundial HASES BABES LAD CHARO que, aos 5 anos, produziu em 365 dias 17.938 kg de leite, 783 kg de gordura e 640 kg de proteína.

7-QUALIDADE DO LEITE
Os bons resultados do manejo da vaca de alta produção requerem ao mesmo tempo ciência e arte. A ciência se baseia em conhecer e compreender o metabolismo e a fisiologia da vaca e, a arte, na habilidade de fazer uso desse conhecimento para atingir um resultado final desejado.

A lactação da vaca Jersey é uma vantagem devido os seus pequenos intervalos. A sua alimentação no período que precede a produção dura menos dias do que os necessários para outras raças, tendo-se assim um maior número de lactação na vida útil.

O leite Jersey oferece grande quantidade de proteína, comprovando assim sua qualidade. O leite Jersey contém 20% mais de proteína e 15% mais de cálcio, mineral essencial na dieta humana, necessário para dentes e ossos fortes, do que outras raças. Contém maior quantidade de sólidos não gordurosos - proteínas, lactose, vitaminas e minerais - oferecendo um leite completo que o de qualquer outra raça leiteira. Quando consumido na forma fluida, tem mais consistência e um gosto mais forte. Quanto mais componentes sólidos, mais saboroso e nutritivo ele é, além de ser indicado para a alimentação de crianças e adultos. Os sólidos adicionais encontrados no leite Jersey proporcionam mais nutrição e melhor sabor, tornando-o preferido nos Estados Unidos e Canadá devido ao seu paladar.

O leite Jersey tem teor de proteína mais elevado que todos os outros leites significando maior lucro na venda de leite para os proprietários da vaca Jersey.

8-CRUZAMENTOS
Segundo a ACGJB, o Jersey tem sido criado em estado puro há mais tempo que qualquer outra raça leiteira, e isto lhe dá grande facilidade para transmitir à progênie as boas qualidades da raça. A facilidade de parição, tolerância ao calor elevada produção leiteira e manteigueira, fazem da Jersey uma raça eficiente para cruzamentos com raças zebuínas, quando se pretende aumentar a produção de leite. Na Índia, através de um programa de cruzamentos, visando diminuir a idade de parição e aumentar a produção leiteira das vacas zebuínas, ficou comprovado que touros da raça geraram novilhas Jersey x Zebu que tiveram sua primeira cria aos dois anos de idade, com uma produção média de 12kg de leite por dia. Percebeu-se, então, que a raça Jersey teve um aproveitamento de 70% dos touros utilizados em 20,4 milhões de cruzamentos, resultando em um tipo ideal leiteiro pelas qualidades, simetria e ligamentos do úbere.

Associação de Criadores de Gado Jersey do Brasil



PADRÃO DA RAÇA

Vaca Jersey A Jersey possui um temperamento leiteiro bem evidenciado e harmonia total entre as partes de seu corpo. Vaca boa, é boa em qualquer lugar do mundo, não importando a linhagem e, muito menos, o país de origem. O que vale na raça Jersey, como em todas as raças puras, são as seguintes particularidades:

  • Cabeça limpa, bem proporcional e de comprimento moderado;
  • Pescoço limpo, moderadamente comprido;
  • Pés curtos, compactos e redondos;
  • Úbere largo, alto e amplo. Um úbere de boa qualidade é pregueado, macio, de boa textura, e descarnado;
  • Pele pigmentada.
  • Quando se pensa em melhoramento, deve se ter em mente, ao escolher um reprodutor, que ele vale pelo que transmite. Na escolha de um reprodutor jovem, deve-se prestar muita atenção. O melhoramento genético, de uma maneira geral, é muito auxiliado por testes de progênie. Os criadores de Jersey devem buscar a evolução genética de seus rebanhos, usando para isso 80% de reprodutores provados em seu rebanho. Eses touros, dentro de alguns anos, devem ser superiores aos touros atuais, em relação a produtividade e outros aspectos economicamente importantes, já que o aperfeiçoamento e a seleção da raça vai estar relacionado com a produção e produtividade leiteira.

    Maiores informações sobre o gado Jersey consulte a
    Associação dos Criadores de Gado Jersey do Brasil
    Av. Francisco Matarazzo, 455 - Água Branca
    05001-900 São Paulo, SP
    Telefone (11) 3672-0588 - Fax.: (11) 3672-8101
    http://www.gadojerseybr.com.br



    A VACA JERSEY
    Por Rita Ferreira Soares Vaca Jersey

    Das raças leiteiras, a vaca Jersey é a mais dócil, a mais rústica, a de menor tamanho, a que melhor se reproduz, a mais longeva, a mais produtiva portanto. A mansidão da vaca Jersey permite seu manejo até por crianças. Em muitas fazendas familiares de criação de Jersey, o trato dos animais fica a cargo das mulheres e seus filhos. Sua rusticidade viabiliza que sejam criadas em diversos climas e topografias, consumindo alimentos variados e resistindo bravamente a doenças.

    Embora pequena - o peso de uma Jersey adulta varia de 350 a 450 kg - é capaz de produzir de 12 a 15 kg de leite por dia, em condições de trato razoáveis. Vacas Jersey de linhagens superiores e convenientemente alimentadas podem chegar a produzir mais de 25 kg de leite diariamente. O leite Jersey diferencia-se dos demais por apresentar melhor sabor e maiores percentuais de proteína e de sólidos, o que o torna especialmente nutritivo e preferido por fábricas de derivados de leite, por propiciar melhores resultados na produção de manteiga, iogurtes, sorvetes etc.

    As fêmeas Jersey caracterizam-se por possuir um aparelho reprodutor muito precoce, isto é, tornam-se aptas a dar crias ainda muito jovens. Novilhas pesando em torno de 230 a 250 kg podem ser cobertas ou inseminadas artificialmente. Estes pesos, com um bom manejo, são alcançáveis de 14 a 16 meses de idade. Assim, aos dois anos nasce o primeiro bezerro e, a partir de então, graças ao seu excelente desempenho reprodutivo, a vaca Jersey fornece ao seu proprietário uma cria a cada ano. No estado de New Jersey, nos Estados Unidos, uma vaca da raça Jersey produziu, aos dois anos, 7.936 kg de leite na sua primeira lactação e nas seis lactações seguintes produziu mais de 9.072 kg em cada uma delas.

    Vaca JerseyCostuma-se dizer que a vaca Jersey é longeva. Isto significa que ela vive por muito tempo, produzindo muitas crias e leite. Sua longevidade fica ainda mais acentuada particularmente quando se compara a raça Jersey com outras raças leiteiras existentes no Brasil. Há diversos registros de fêmeas Jersey em lactação e prenhas com mais de 20 anos de idade. Em Ohio, Estados Unidos, a vaca Basil Lucy Minnie Pansy produziu, durante toda sua vida de mais de 21 anos, 127 toneladas de leite e 6 toneladas de gordura.

    Esta extraordinária raça originou-se numa ilha inglesa, localizada no Canal da Mancha, de nome Jersey. De lá espalhou-se pelo mundo, para constituir rebanhos expressivos em quantidade e qualidade nos mais diversos países: Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia, Dinamarca, Brasil etc. Hoje o rebanho brasileiro reúne a melhor carga genética de todo mundo.

    Em nosso país, a raça Jersey foi introduzida pelo diplomata brasileiro Joaquim Francisco de Assis Brasil que serviu em Lisboa no início do século passado e que, em visitas à Inglaterra, tendo se apaixonado pelo gado Jersey, decidiu importar algumas matrizes, instalando-as em sua fazenda no Rio Grande do Sul.

    blond aquitaine

    Características Gerais:
    Raça de grande rusticidade, com alto desenvolvimento corporal, dotada de bom equilíbrio entre a estrutura óssea, forte porém leve, e desenvolvimento muscular intenso com alto rendimento de carcaça.

    Características Zootécnicas:
    Cabeça:
    Expressiva de perfil ligeiramente convexo, com a cara em forma triangular e chanfro não muito longo e relativamente forte.
    Chifres: finos curtos de cor creme, podendo variar a coloração do alaranjado claro ao escuro.
    Narinas:
    largas bem implantadas, boca larga com bom posicionamento e implantação dos maxilares. Espelho nasal amplo com pigmentação que pode variar do alaranjado ao escuro.

    Pescoço: Amplo e musculoso nos machos. Longo e mais fino nas fêmeas.
    Tronco:
    De grande comprimento e formato cilíndrico, com costelas bem arqueadas e peito bastante profundo sem proeminência exagerada de ventre. Linha dorsal retilínea de grande comprimento e amplitude, com bom desenvolvimento muscular e boa ligação com a garupa, que deve fazer um paralelo à linha ventral. Bacia de grande dimensão com boa cobertura muscular e inserção de cauda correta na posição média com osso sacro não saliente. Culote de bom desenvolvimento, alto arredondamento e grande comprimento, com massas musculares bem definidas principalmente nos machos.
    Aprumos:
    Membros bem separados e de aparência forte, tanto na sua largura como comprimento, facilitando o bom equilíbrio. Linha reta e paralela na visão frontal e ângulo de jarrete nunca superior a 30 graus em média, sempre demonstrando integridade e correção das articulações.
    Cascos:
    Com pigmentação deve variar do alaranjado claro ao alaranjado mais escuro admitindo-se a ocorrência de raias mais escuras.
    Pelagem:
    Característica de uma só cor, semelhante a cor de trigo, variando do claro ao mais escuro com auréolas mais claras ao redor dos olhos e do dorso, na parte interna dos músculos, no ventre e nas canelas. A presença de manchas brancas é permitida somente até a região do umbigo e não são aceitas manchas pretas em qualquer região. Dotado de pêlo fino e curto, um pouco encaracolado na região anterior.
    Pigmentação:
    Chifres claros, tendendo à coloração dourada. A pigmentação dos cílios, região do períneo e mucosas de uma maneira geral pode variar da coloração alaranjada claro ao alaranjado escuro.
    Características da raça:
    1) Expressão da cabeça para machos e para fêmeas.
    2) Delicadeza e finura do couro.
    3) Cor da pele: trigo, algumas vezes mais escura com auréolas mais claras à volta dos olhos e focinho.
    4) Caracteres sexuais exteriores marcados.

    Qualidade da raça:
    1) Rusticidade, fácil adaptação ao clima tropical.
    2) Excepcional cobertura muscular tanto no posterior como na parte lombar.
    3) Carcaça de terminação precoce. Alto rendimento no frigorífico.
    4) Facilidade no parto.
    5) Alta capacidade de conversão alimentar.

    o caracu

    Caracu é uma raça de boi desenvolvida no Brasil, com pelos lisos e avermelhados. As raças de gado que deram origem ao Caracu, isto é, raças portuguesas com características semelhantes (tipo aquitânico ou turdetano) são: Alentejana ou Transtagana, Mirandesa e Minhota ou Galega. Podemos também citar o Limousin da França que foi importado para melhora o nosso caracu. É certo que não foram somente estas raças que participaram da formação, outras raças de gado do tronco ibérico podem ter contribuído, sendo possível que até o Holandês (Frísio) e gado africano tenham participado. A Raça Ramo Grande foi formada a partir das mesmas raças portuguesas que entraram na formação do caracu e também pode ter contribuído.

    domingo, 9 de maio de 2010

    A raça holandesa

    O GADO HOLANDÊS
    A ORIGEM DA RAÇA:
    NO MUNDO:

    Pouco se sabe sobre a origem da raça Holandesa, ou Fries-Hollands Veeslay, ou ainda Frísia Holandesa, havendo anotações que vão até o ano 2000 a.C.. Alguns afirmam que foi domesticada há 2.000 anos nas terras planas e pantanosas da Holanda setentrional e da Frísia (Países Baixos) e também na Frísia Oriental (Alemanha). Prescott (1930) acha que o gado veio da Lombardia, seguindo o curso do rio Ródano, em mãos das tribos frísias e batavas. Eram animais de origem grega, de acordo com ilustrações antigas. Ou seja, não há um acordo sobre a origem da raça Holandesa.

    Com a construção de diques e um programa de resgate de terras, desde o século XV em diante, aumentaram as possibilidades de produção de forragens. Daí para a frente, o gado iria se multiplicar aceleradamente

    Concretamente, sabe-se que vários mercados de bovinos foram estabelecidos entre 1200 e 1500 d.C. Em 1.624 foram introduzidos 12.000 bovinos da Dinamarca, na região holandesa. Ficou registrado, também que, por volta de 1600, cerca de 100.000 animais eram normalmente reexportados depois da engorda, e eram provenientes da Dinamarca, Suécia e Schleswing-Holstein.

    As tragédias nas regiões baixas, todavia, quebram constantemente a história, pois milhares de homens e bovinos morriam nas inundações que se sucediam deste 810 ou pelas epidemia.

    A grande epidemia de 1170 liquidou centenas de milhares de cabeças; a de 1714 liquidou 300.000 cabeças de gado. Em 1744, novamente dois terços do gado desapareceram. A peste de 1768 – 1782 destruiu 396.000 cabeças das províncias. Pode-se afirmar que, no final do século XVIII, quase todo gado antigo havia sido destruído. As Pinturas realizadas entre 1500 e 1700 mostram apenas gado pardo ou vermelho mas nada de branco e preto – como resultado das sucessivas tragédias ! Berkhey, escrevendo nos anos seguintes da peste, menciona a importação de grande número de bovinos brancos e negros ou quase negro manchado. Assim, pode-se supor que o gado moderno dos Países Baixos teve início na Segunda metade do século XVIII.


    No final do século XIX o gado ainda não estava dividido em raças, sobressaindo-se o gado importado da Alemanha e da Dinamarca. Buscando melhorar a produtividade leiteira, aumentaram-se as importações da Inglaterra, Europa continental, América do Norte, Índia, África do Sul, Australásia, etc. Na Segunda metade do século XIX a mescla desses gados já tinha endereço fixo, começando então um amplo trabalho de melhoramento. Em 1882 foi fundada a Sociedade de Livro Genealógico dos Países Baixos, substituindo os dois anteriormente fundados em 1873 (Netherlands Herd-Book) e 1879 (Friesland Herd-Book). Registrava o gado negro malhado, o vermelho malhado ou de outras colorações. Hoje, são muito poucos os animais malhados de vermelho, sendo a quase totalidade formada de gado preto e branco.

    Nos Estados Unidos, W.W. Chenery, de Massachusetts, importou muito gado frísio da Holanda ("Dutch Friesian"), durante vários anos. Em 1872 publicou o primeiro Herd-Book, com animais de 12 Estados. Surgiu o nome "Holstein " lembrando "Holland" quando um artigo do próprio Chenery trazia, no título, a palavra "Holstein cattle", por engano, ao invés de "Holland cattle". O Herd-Book de 1885 era dedicado ao gado "Holstein – Friesian", mas em 1978, o nome foi reduzido para apenas "Holstein".

    No início do século XX existiam as seguintes variedades:"Oldemburgueza", "Frísia ocidental", "Frísia oriental", "Groningen" e "Beemster", todas oriundas do mesmo tronco (Cotrim, 1913. p.175). Da Holandesa derivavam, ainda, as raças "Flamenga"(francesa e belga), a Öldemburguesa" (alemã), a "Breitemburguesa" (alemã) e a "Holmogorian" (russa). Ainda no início do século XX, o recorde mundial era de "Colantha 4th", norte-americana com 11.389 kg/ano. A recordista "Aaggie Cornucopia Paulina", também norte-americana, produziu 55,0 kg/dia.

    A FAO relacionou, na década de 1950, três tipos de gado Holandês, cada uma com seu próprio registro genealógico: a.) "Holandês preto e branco" (ou vermelho e branco), com cerca de 80% do total; b.) "Meuse-Rhine-ljssel" ( vermelha e branca), com cerca de 18%; c.) "Groningen" (cabeça branca), com cerca de 2%.


    NO BRASIL:

    Não foi estabelecida uma data de introdução da raça holandesa no Brasil. Paulino Cavalcanti (1935) cita que "segundo os dados históricos, referentes à nossa colonização, presume-se que o gado holandês foi trazido nos anos de 1530 a 1535, período no qual o Brasil foi dividido em capitanias hereditárias". O Herd-Book começou a funcionar em 1935, com o macho "Colombo St. Maria" de Francisco Lampréia, RJ. e "Campineira", de Vicente Giaccaglini, SP.

    Até o início de 1980, o Brasil foi considerado o detentor do maior rebanho mundial de HVB(Holandês Vermelho Branco) mas o efetivo foi decrescendo, ano após ano, por falta de disponibilidade de reprodutores VB(Vermelho Branco) com provas genéticas comprovadas e também pela não - aceitação das cobrições de vacas VB por touros PB(Preto Branco). A abertura para uso de reprodutores PB sobre vacas VB somente aconteceu por volta de 1984 desde que o reprodutor fosse portador de gene recessivo para pelagem VB.

    Foram computados 790 criadores inscritos no Controle Leiteiro Oficial, que somaram 96.649 animais em produção no ano de 2000. A média brasileira de produção leiteira foi de 7.251 (2x e 305 dias ) em 2000 e de 8.047 kg na idade adulta (2x e 305 dias) Cerca de 84,0% de criadores residem em São Paulo, Paraná e Minas Gerais.

    A EVOLUÇÃO DA RAÇA NO TEMPO:



    JOHANA
    ( NASCIDA EM 1871 )

    CLOTHILDE
    ( NASCIDA EM 1879 )

    KONIGIN 15604
    ( NASCIDA EM 1900)

    CHARRÚA
    34 Litros/Dia
    RS/BRASIL - 1934

    ADEMA 515
    ( NASCIDA EM 1956 )

    DAMIETA
    2X 365D 5.672 Kg
    SP/BRASIL – 1960

    MERKLEY STARBUCK WHITNEY

    ( NASCIDA EM 1988 )

    MORRO AGUDO NEDA S. CRISTAL-TE
    4,1a 3x 305d 14.082 Kg

    SP/BRASIL - 1997
    RECORD MUNDIAIS DE PRODUÇÃO EM 365 DIAS

    ANO NOME DA VACA PRODUÇÃO
    1871 DOWAGER 5.764 Kg
    1876 LADY CLIFTDEN 7.397 kg
    1881 AAGGIE 8.184Kg
    1883 ECHO 8.236 Kg
    1993 ROBTHOM SUZET PADDY 26.953 Kg
    1995 RAIM MARK JINK 27.473 Kg
    1996 TWIN-B-DAIRY AEROSTAR LYNN 28.838 Kg
    1997 MURANDA OSCAR LUCINDA ET 30.833 Kg
    1998 LA FOSTER BLACKSTAR LUCY 607 34.144 Kg

    AS MAIORES PRODUÇÕES NO BRASIL

    ANO Nª ORDENHAS NOME DA VACA LEITE EM Kg
    1990 2X ROSINE REGIA 13.640
    3X GUARA DARWINISTA 14.831
    1991 2X EMÍLIA MARIA 455 16.899
    3X A.F. FORTALEZA CANTIGA 14.459
    1992 2X MARGRIET 10 DE HBK 15.836
    3X ROSE VEGASTERLCLOVER 17.175
    1993 2X PEARMONT-LTD VALIANT CACTUS-ET 19.200
    3X LEW LIN C MARKGREER 17.322
    1994 2X RITINHA TCHARO MILESTONE MATADOR 17.211
    3X CAMILA 3048 ARGENTINA 17.905
    1995 2X PAUMAR BOOTMAKER FROSTY 531 16.565
    3X EMBUIA JAX FLOR DE MAIO 19.611
    1996 2X LOS LIDIA FANCY 18.675
    3X SELVAVERD JOKE 12 18.915
    1997 2X RAG TONY ROYALTY 18.140
    3X C.BELLI FRANCE HUGO INDA 18.169
    1998 2X RAG SASSY VALID CALYPSO 20.690
    3X GERMINA JUDAICA DUSTER 23.011
    1999 2X LOS PRECIOSA DUSTER 19.230
    3X HORTÊNCIA ROCKY GERMINA 26.713
    2000 2X OPACA LAURITA HAGEN TEBRASA 18.843
    3X DEGGER REBECA ERNLO 24.944

    PANORAMA DE GADO HOLANDÊS: NO MUNDOO:

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    Fonte: Holstein Friesian - A Global Breed ( Paul O Grothe)

    PERCENTUAL DE RAÇAS LEITEIRAS ESPECIALIZADAS "NO UNIVERSO"
    DE REBANHOS BOVINOS E BUBALINOS

    Acima de 50% todas raças leiteiras
    Aproximadamente 15 – 50% de todas raças leiteiras
    Abaixo de 15% de todas raças leiteiras
    Aumentado e expandindo raças leiteiras
    O rebanho mundial de gado Holandês é de 226,7 milhões(Estatística-FAO/91). É a única raça realmente "cosmopolita", ou seja, com presença na maior parte dos países de pecuária progressista. O desenho de uma vaca holandesa preto e branco significa leite.

    Quase todos os touros da atualidade são originários de três país famosos; "Jan 3265" (da Frísia), "President 1213" (de Groningen) e "Frans 41466" (da Holanda).

    O Holstein representa 80% do gado leiteiro norte-americano e 65% do rebanho total do país

    REPRESENTATIVIDADE DO GADO HOLANDÊS
    NO REBANHO MUNDIAL DAS VACAS LEITEIRAS (FAO-91)

    CONTINENTES TOTAL VACAS LEITEIRAS ( EM MILHÕES ) GADO HOLANDÊS

    E CRUZAMENTOS

    % DE PARTICIPAÇÃO

    Europa 43,0 59,4
    USSR 41,6 36,0
    América do Norte/ Central 19,6 60,6
    América do Sul 29,8 18,4
    África 32,5 6,2
    Ásia 56,2 9,3
    Oceania 4,0 66,9
    Mundo 226,7 28,9

    FUNDAÇÃO DE ALGUNS HERD-BOOKS PELO MUNDO:

    A FUNDAÇÃO DE HERD-BOOKS PELO MUNDO
    PAÍS ANO DA FUNDAÇÃO QUANTIDADE DE ANIMAIS REGISTRADOS ANO DE REFERÊNCIA
    Holanda 1874/1879 775.000 1994
    Alemanha 1876 1.432.364 1994
    Dinamarca 1881 394.404 1994
    Gran-Bretanha/ Irlanda 1909 878.853 1994
    França 1922 397.529 1994
    Espanha 1928 291.085 1994
    Itália 1945 855.143 1994
    Portugal 1959 80.000 1994
    E.U.A 1871/1877 1.350.000 1990
    Canada 1884 575.000 1990
    México 1959 55.000 1990
    Argentina 1919 420.000 -----
    Brasil 1934 1.964.498 (*) 1999
    África do Sul 1912 149.710 -----
    Kênia 1946 4.645 -----
    Nova Zelândia 1910 90.000 -------
    Japão 1911 550.000 1994
    Austrália 1914 686.636 1994
    Israel 1926 92.175 1994
    Coréia do Sul 1966 50.000 1994

    TOTAL DE ANIMAIS REGISTRADOS DESDE A FUNDAÇÃO.
    NO BRASIL:

    INÍCIO DO HERD BOOK:

    • Setembro de 1935 quando foram registrados 62 animais no mês;
    • O primeiro animal macho registrado foi: Colombo Stª Maria 28 meses de idade.
    • Recebeu o n° HBB/A-01.
    • Proprietário: Sr. Francisco Lampréia /Petropolis- RJ
    • O registro de fêmeas iniciou se em -Maio de 1936;
    • A primeira fêmea registrada foi: Campineira
    • Recebeu o n° HBB/D-01
    • Proprietário: Sr. Vicente Giaccaglini São Caetano/Araras-SP.

    O PADRÃO DA RAÇA e AS CARACTERÍSTICAS:
    DESCRIÇÃO DO FENÓTIPO:

    • Malhadas de preto-branco ou vermelho-branco; ventre e vassoura da cauda branca; barbela e umbigueira pouco pronunciado, tamanho da vulva discreta e não pregueada; animal não totalmente preto e nem totalmente branco.
    • Cabeça bem moldada, altivo, fronte ampla e moderadamente côncava, chanfro reto, focinho amplo com narinas bem abertas, mandíbulas fortes que exprimem o estilo imponente e vivacidade própria da Raça;
    • Pescoço longo e delgado que se une suavemente na linha superior ao ombro refinado e cruz angulosa e as vértebras dorsais que se sobressaem e inferiormente ao largo peito com grande capacidade circulatório e respiratório;
    • Dorso reto, forte e linha lombo-dorsal levemente ascendente no sentido da cabeça;
    • Garupa comprida, larga e ligeiramente desnivelada no sentido quadril a ponta da nádega;
    • Coxas retas, delgadas e ligeiramente côncavas, bem separadas entre si, cedendo amplo lugar para o úbere simétrico, largura e profundidade moderado e fortemente inserido ao abdomen e na base do osso da bacia;
    • Pernas com ossatura limpa, chata e de movimentos funcionais que termina em patas de quartelas fortes e cascos bem torneados;
    • Pele fina e pregueada e pêlo fino e macio.

    ESTATURA E PESO:


    IDADE

    FÊMEA

    MACHO

    Estatura(cm)

    Peso(Kg)

    Estatura(cm)

    Peso(Kg)

    0 (nascimento).................
    1 mês................................
    6 meses.............................
    16 meses...........................
    24 mesees.........................
    60 meses(Adulta)..............

    78
    84
    107
    136
    140
    147

    40
    64
    194
    460
    544
    680

    82
    88
    111
    140
    150
    160

    45
    70
    215
    500
    750
    950

    · REPRODUÇÃO:

    • Idade para a primeira cobertura: 16 a 18 meses;
    • Idade para o primeiro parto: 25 a 27 meses;
    • Duração da gestação: 261 dias a 293 dias( média de 280 dias);
    • Intervalo entre partos: 15 a 17 meses;

    CRUZAMENTOS:
    Os principais cruzamentos são com a raça Gir, formando o Girolando, e com o Guzerá, formando o Guzolando (ou Guzerando), ambos com livro de Registro Genealógico.

    Desde 1991, todo o gado holandês é registrado desde o nascimento. A pecuária de gado holandês para carne, com novilhos precoces, caminha aceleradamente desde a década de 1970. Já na década de 1980 foi estabelecido um programa alternativo de cruzamentos com raças especializadas de corte, destacando-se o Charolês, o Limousin, o Piemontês, o Bleu - Blanc Belge, e outras, para incrementar o rendimento de carne, promovendo o surgimento de linhagens de melhor rendimento no abate. Esta é a grande novidade científica da virada do milênio, que pode revolucionar a pecuária mundial. Assim como o Holandês revolucionou a pecuária leiteira, essa alternativa "carne leite" pode provocar uma segunda revolução



    O gir

    História da Raça Gir PDF Imprimir E-mail
    13-Ago-2007

    Talvez seja a raça zebuina mais antiga do planeta, segundo sugestões da literatura sagrada hinduista. Na rota das migrações humanas que iriam formar o futuro povo ariano e que povoavam o norte da África, temporariamente, estava o bovino ancestral da raça Gir, o qual teria permanecido na região de Kathiavar desde aqueles remotos tempos.
    Recentes estudos antropológicos reforçam essa teoria, mostrando que os povos migravam, a pé, do norte africano para o subcontinente indiano. Aquelas tribos seguiram viagem, mais tarde, até o interior asiático, fixando uma civilização na região de Gobi, enquanto o território indiano mergulharia no esquecimento por mais de 80 mil anos. Nesse período de esquecimento, teria sido aperfeiçoado o gado Gir, principalmente na região de Gir, famosa pelas florestas, no Kath lavar, onde abundavam leões e outras feras. O Gir ficou famoso como 'boi-de-luta" e alguns autores mencionam que os chifres voltaram-se para baixo e para trás devido as intensas e constantes batalhas na região.
    Mais tarde, por volta de 20.000 a.C. ou, segundo outros autores, por volta de 5.000 a.C., as tribos de arianos remanescentes no deserto de Gobi, migra ram para a India, entrando pelo estreito de Khebyr, trazendo consigo o gado de giba. Estes povos arianos teriam trazido apenas o gado branco-cinza do norte da India, nao havendo menção sobre o Gir, ou o Guzerá. Estas duas raças, pelo que tudo indica, já estavam na India naqueles tempos.
    Morfologicamente, sua antiguidade também se manifesta pela conformação craniana: é a única raça bovina com chifres voltados para baixo e para trás, e de crânio ultraconvexo, no mundo. Uma vez que ainda existem bubalinos e ovinos de chifres voltados para baixo e para trás - no próprio Kathiavar - conclui-se que o Gir é o único bovino que deve ter tido um ancestral comum com essas subespécies, há milhões de anos atrás.
    Na Índia, existem rebanhos com história de 300 anos, ou mais, tendo sido uma raça multo utilizada para melhorar as demais em termos de produtividade leiteira e trabalho pesado. O Gir, modernamente, goza de grande popularidade na Índia,
    principalmente pela sua notável mansidão e aptidão leiteira. E comum encontrar vacas Gir produzindo leite nos templos e nos centros de pesquisas, bem como nos asilos e organismos sociais. E uma raça muito estudada, havendo relativa fartura de dados técnicos sobre famílias leiteiras, na Índia.
    Recentemente, tem sido incrementado o intercâmbio com criadores da Índia e alguns brasileiros já utilizam material genético importado, tentando incorporar ao patrimônio brasileiro novas linhagens de boa caracterização o racial e boa produção leiteira. A abertura de relacionamento comercial com a Índia permitirá o ingresso de material genético (sêmen e embriões) de centenas de bons animais da raça Gir.

    Vacas Gir, da linhagem leiteira da Estância Silvânia.

    A Consolidação do Gir no Brasil


    A raça chegou ao Brasil, desde 1911 mas foi no final da primeira Guerra Mundial que, de fato, tornou-se figura comum. Ao chegar ao mesmo recebendo a alcunha de "boi de pagode", a raca Gir por um formidável progresso, a de se perceber, hoje, sua influência na grande maioria das propriedades pecuárias do país.
    Inicialmente, o sucesso do Gir ficou patenteado pela consolidacão da raça Indubrasil. Assim meados da década de 1930, pecuaristas sentiram a necessidade de tornar as raças puras indianas e o Gir iniciou um "período de ouro",com animais atingindo valores astronômicos.O Herd-Book foi implantado em 1938 no Brasil, e os registros genealógicos demonstram que o Gir era a principal entre todas as raças as, mantendo essa posição privilegiada até 1967. Era a "raça dos cafezais onde produzia leite e carne e ajudava na tração. Também fora dos cafezais o Gir foi destaque durante
    décadas seguidas, garantindo o sucesso da pecuária de Goiás e a consolidação da pecuária do Pantanal matogrossense. Durante a Segunda Guerra mundial, os mestiços de Gir chegaram até a receber um preço especial, pela conformação frigorífica e pelo rendimento de carcaça, em Barretos (SP). Nessa época o Gir espalhou-se, de norte a sul, permitindo a ocupação de territórios nunca antes explorados.
    Na década de 1950, os altos preços já desestimulavam o ingresso de selecionadores, bem como o seu para as longínquas regiões que exigiam, antes de tudo, um gado barato. Ao mesmo tempo, os pequenos criadores dedicados á exploração leiteira passaram a utilizar, maciçamente, o Gir para melhorar suas vacas mestiças e, tal, dispensavam os animais de elite. Então, em meados da década de 1960 para atender o enorme mercado propriedades leiteiras, diversos selecionadores passaram a segregar as fêmeas de Gir de aptidão leiteira. Dividiu-se assim o horizonte da raça em dois: linhagens para leite e linhagem para corte – ao mesmo tempo que os selecionadores tradicionais atingiam o ponto alto no aperfeiçoamento racial.
    As importações do inicio da década de 1960 permitiram consolidar a beleza racial e introduziu novas linhagens leiteiras, embora com menor influência na seleção para carne. Enquanto isso, o Nelore, com essas importações, disparou na preferência dos selecionadores de gado de corte. Assim, abruptamente, o Gir viu-se numa encruzilhada, sem um melhoramento acelerado para corte, levando outra boa parte dos criadores a se dedicar apenas ao atendimento dos pequenos produtores de leite.
    Devido ao acelerado melhoramento na produtividade leiteira, rapidamente, o sangue Gir chegou a 82,4% das propriedades brasileiras que, de alguma forma, exploravam o leite. Perdeu o trono na pecuária de corte mas ganhou um novo trono, nas propriedades leiteiras.
    O Gir foi a raça mais analisada do Brasil, tendo vivido a turbulência da década de 1920, depois o período final da "época dos coronéis", depois a expansão durante a Segunda Guerra Mundial e, finalmente, a mudança de rumo a partir da década de 1960. Por conta de tantas modificações, a raça formou "escolas" diferentes, criou ou introduziu modismos, ganhou experiências" diferentes e chegou até a ostentar quatro variedades ou tipos, ao mesmo tempo:chifrudo (tradicional), mocho, leiteiro e branco. Cada modalidade tinha suas características, suas exigências e sua permissividade, cada qual com seu rol de adeptos. Na década de 1980 firmaram-se apenas duas orientações: leite e padrão, sendo que a seleção para carne foi drasticamente reduzida. Na década de 1990 buscou-se a homogeneização de um gado com dupla aptidão. Assim, na virada do milênio, o Gir volta a ser um gado selecionado para leite e para carne, admitindo todas as "escolas" que surgiram no correr de sua história no Brasil. O resultado dessa soma estará manifesto até o ano 2010.
    Atendendo o mercado, foi produzido o Gir Mocho, na década de 1940, com influência original do gado Mocho Nacional e do Red Poll. Esta variedade continua em expansão, apresentando as mesmas características e funções que o Gir tradicional. O Registro Genealógico do Gir Mocho teve inicio em 1976. Muitos pecuaristas tem utilizado o Gir Mocho com sucesso em cruzamentos, deixando claro que o horizonte desse gado está em expansão. Dentro da variedade mocha existem linhagens leiteiras e linhagens de corte, a disposição do mercado.

    "Garota R" foi a Grande campeã da 13ª Expozebu, em 1947.


    O Gir na modernidade


    A região Norte tem 4% da raça; a região Nordeste tem 14%; o Sudeste tem 55%; o Sul tem 1% e o Centro-Oeste tem 26%.
    Existem 750 associados praticando o registro genealógico. Desde 1938 já foram registrados 531.755 animais, sendo que 34.894 são Gir Mocho. Do total, 25.572 foram registrados entre 1995 a 1999 (10 semestre), sendo que 4.042 eram Gir Mocho. No Gir, o ano recente de maior número de registros foi 1998, com 6.085 animais. No Gir Mocho, foi o ano de 1995, com 1.215 registros.
    Foram vendidas 103.297 doses de sêmen entre 1995 a 1999; sendo que apenas em 1998 foram vendidas 28.734.
    O Gir conta com dois programas de melhoramento genético para as linhagens leiteiras, enfocando o animal de aptidão mista. Trata-se de testes de progênie de touros, cujas mães e filhas são submetidas a controle leiteiro; e os filhos são submetidos a testes de desempenho em ganho-de-peso.
    O primeiro programa foi fundado em 1985, por um grupo de criadores, e tem procurado sempre o aperfeiçoamento da aptidão leiteira, destacando recordista das melhores raças leiteiras do planeta. São recordes acima de 12.000 kg em lactações de 365 dias Na busca incisiva do melhoramento leiteiro, este programa dedicou pouca atenção ao enquadramento dos animais ao padrão milenar do Gir tão estimado pelos tradicionais criadores.
    Surgiu, então, em 1997, o PMGRG -Programa de Melhoramento Genético da Raça Gir, que exige exame de DNA (mitocondrial) para garantir que todos os participantes tenham animais perfeitamente enquadrados dentro do padrão milenar racial - sob comando da Assogirl ABCZ/Ministério da Agricultura.
    Este novo programa é bastante abrangente, pesquisando leite, carne e outras aptidões do Gir. Afinal, a raça apresenta características alvissareiras para produção de carne de qualidade. Assim, o PMGRG - Programa de MeIhoramento Genético da Raça Gir já começou uma retomada das provas zootécnicas de desempenho para corte, com objetivo de restaurar o brilhantismo das décadas de 1940/50. No mundo moderno não se pode desperdiçar nenhuma potencialidade das raças em exploração, pois qualquer desperdício é sinal claro de prejuizo. Até a Zootecnia Clássica (Biotipologia) afirma que o Gir pode ser um admirável produtor de carne, se convenientemente orientado nessa direção.


    O Gir nos cruzamentos leiteiros


    Assim como o Nelore é a raça preferida nos cruzamentos de corte, o Gir é a preferida nos cruzamentos leiteiros. Enquanto o sangue de Nelore predomina em 13% das propriedades brasileiras, o sangue do Gir exerce influência em 82,4%. Ou seja, o Gir conta com multo mais usuários, embora com multo menos animais. A opção pelo Gir foi lenta, começando na década de 1920, nos cafezais. A vaca Gir sempre foi boa leiteira, tendo estabelecido um núcleo de seleção na região de Franca (SP) que ficou famoso pelo esmero na caracterização racial e na produção leiteira. Depois, ocupou os imensos cafezais e, finalmente, o país inteiro, por ocasião da Segunda Guerra Mundial. Os cruzamentos tiveram início, de forma sistemática, no final da década de 1950 e, principalmente, no correr da década de 1960. O Controle Leiteiro Oficial da raça Gir começou em 1964, impulsionando os poucos criadores de então. Além da família do Ten. Jacintho, em Franca (SP), pioneiro da seleção leiteira privada, coube a Evaristo de Paula, de Curvelo (MG) o papel de consolidar a seletividade leiteira do Gir. Evaristo levou seu gado de norte a sul do país, exibindo mansidão e muito leite, aliada a uma evidente expressão racial. Em seguida, coube a Rubens Resende Peres, de São Pedro dos Ferros (MG) e a Gabriel Donato de Andrade, de Arcos (MG) - que adquiriu as matrizes leiteiras de Franca (SP) - acelerar os trabalhos seletivos, segregando fêmeas de dezenas de plantéis e buscando os melhores touros leiteiros. A partir desses três criadores, a promoção do Gir para leite estava traçada. Em seqüência, dezenas de outros criadores aperfeiçoaram a exploração leiteira, ao mesmo tempo que milhares começavam a cruzar o Gir com o Holandês.
    Devido ás sucessivas crises nos negócios do café, os pequenos e médios proprietários de terras, viram-se obrigados a buscar na produção do leite a viabilização de suas propriedades. Adquiriam um touro Gire o cruzavam com vacas mestiças ou mesmo européias. Já os antigos produtores de leite cruzavam fêmeas Gir de baixo valor com touros europeus. Nascia, assim, o Girolando que - em menos de 30 anos - iria se tornar o gado mais utilizado, de norte a sul do país, para produção de leite. Pode-se afirmar que, na virada do milênio, 95% do gado produtor de leite, no Brasil, é Girolando!
    Por que o Girolando? Porque, além do leite produzido por um gado manso, ainda os machos são rentáveis no abate, garantindo uma renda extra para a fazenda. Aritmeticamente, o Girolando garante a subsistência das pequenas e médias fazendas, com carne e leite. Por decreto governamental, a maioria das pequenas e médias propriedades estará proibida de comercializar o leite produzido, e as restantes preferirão utilizar raças mais rentáveis, mesmo enfrentando maiores custos. A Lei determina que o leite somente será recolhido em propriedades com mais de 100-200 litros/dia, resfriados na fazenda. Restará ás pequenas e médias propriedades criar um gado manso, que produza, também e apenas, o leite do dia-a-dia. Esse gado é o Gir. Nas propriedades leiteiras que permanecerem, as fêmeas européias serão acasaladas com Gir, para garantir que os machos possam ter bom peso no abate - e também para formar gerações excelentes de Girolandas. Esse parece ser o melhor caminho para o Gir, no leite.
    Em 1996 foi aprovado o padrão racial do Girolando. Os dados do Controle Leiteiro de 1990 mostram que a diferença na produtividade leiteira diária entre o Holandês brasileiro e o Girolando era de apenas 35,2% e a diferença na produção média da lactação era de 34,84%. Quando a média nacional por vaca
    era de apenas 0,79 kg/dia a média do Girolando já era de 10,85 kg/dia.

    Vaca Gir criada inteiramente a pasto.

    O Gir nos cruzamentos de corte


    Em termos de corte, o Gir foi a raça estimuladora do melhoramento das carcaças nas décadas de 1940-1950. Alguns frigoríficos, como o de Barretos (Frigorífico Anglo) pagava até um valor extra pelas carcaças de novilhos Gir, ou agirados. Na modernidade, muitos pecuaristas praticantes de cruzamentos industriais já procuram infundir o sangue Gir na vacada F-2 ou F-3, para garantir mansidão, aptidão maternal, rusticidade e bom rendimento de carne de primeira. Em vários testes, o Gir mostrou ser excelente em rendimento de carne-de-primeira e apresentando uma ossatura fina. O livro do professor Miguel Cione Pardi, "A Epopé¡a do Zebu" de 1944 a 1994, mostra urna nova luz sobre esse período, analisando 6,602 milhões de novilhos abatidos, em um total de 7,686 milhões! O peso médio da carcaça pesava 245,4 kg em 1944 e passou para 268,9 em 1994. Um pequeno aumento de apenas 23,5kg em 50 anos, mesmo depois que o Gir já havia saído do cenário (fato ocorrido por volta de meados da década de 1970). Estes números mostram que o Gir não era o vilão do baixo desfrute e o baixo peso das carcaças! Mostra também que o Nelore ocupou as terras de capim Colonião enquanto que o Gir ficou nas terras de capim Jaraguá - levando a um menor desempenho. Obviamente, o Gir vivia em terras piores e, como conseqüência, acabou sendo punido pelo mercado.
    Esta constatação permite aos criadores de Gir reorientar a seleção, buscando também as características de carcaça e de rendimento de carne-de-primeira. Afinal, o futuro do Brasil para produção de carne é garantido, pois as nações ricas precisam comprar carne, tanto quanto precisam vender leite. Ou seja, as nações pobres poderão comprar leite do Brasil mas as ricas somente comprarão carne, cada vez mais. O Gir tem um grande papel nas duas direções, ora produzindo carne, ora leite, ora os dois produtos ao mesmo tempo.

    O Gir é a principal raça leiteira tropical.


    O Gir Brasileiro para o Mundo


    Felius (1985) afirma que o Gir continua em uso no melhoramento do Brahman, nos Estados Unidos. O diretório dos criadores de Brahman dos EUA do ano de 1998 mostra que mais de 50% dos criadores dedicam-se ao "Red Brahman", cuja origem remonta a importação de 1945, com animais brasileiros e, mais remotamente, á importação de 1923/24.0 "avermelhamento" do Gir garante mais lucros no corte, na aptidão maternal e na docilidade. Praticamente, o gado Brahman australiano é vermelho, bem como o da África do Sul e o Swazy. A influência do Gir, portanto, no Brahman tem sido muito expressiva.
    A maior parte dos países tropicais são pobres ou em desenvolvimento, exigindo cruzamentos pecuários rústicos. Em todos esses países o tamanho das propriedades exige um gado leiteiro, rústico, que também possibilite um bom rendimento no momento do abate. Assim, o Gir pode gerar produtos cruzados com diversas raças, nesses países, sempre com excelentes resultados. Tomando como critério o tamanho das propriedades e a evolução econômica dos países, é fácil concluir que o Gir é a raça brasileira de maior utilidade para exportação, tendo chance de atender um maior número de clientes -tanto para produção de leite como para carne, tanto em regiões de sol inclemente como em regiões de elevada umidade.
    Já diversos países manifestaram a intenção de adquirir animais Gir puro-sangue, tanto quanto Girolando. Afinal, a produção de leite via animais rústicos tem muito a ver com o bem-estar da sociedade, talvez muito mais do que com a própria economia da nação.