domingo, 9 de maio de 2010

O guzerá e guzonel

GUZERÁ - Matérias

Nota 10 para o Guzonel

AT nº 123

1 - Na década de 1970, grandes corporações mundiais (Volkswagen e outras) concluíram, melancolicamente, que o Brasil tropical não tinha nem o capim adequado e nem o gado adequado para produzir carne em larga escala para o mundo. Tentaram toda sorte de cruzamentos de raças européias com o Nelore ou de europeu x europeu. Apesar de toda ciência que tinham, esqueceram-se de tentar o cruzamento mais óbvio de todos: Zebu x Zebu. Por isso falharam. Depois, o próprios criadores foram descobrindo novos caminhos e, com o uso do Guzerá e o melhoramento acelerado do Nelore, o Brasil já se transformou no segundo maior produtor de carne e, logo, será o primeiro. A Zootecnia tropicalista está descobrindo seu caminho.

2 - É possível e é fácil produzir a pecuária do futuro. Agora existem meios e fundamentos científicos para aquilatar o sucesso em poucos anos. Não se trata de colecionar animais de grande porte mas sim de obter dividendos reais a curto prazo. Isso é possível, por meio de cruzamentos programados e da Biotecnologia. Os modernos empresários sabem como fazer isso. Antes de tudo, todavia, é importante ter uma boa vacada-criadeira.

3 - É notório o crescimento do Nelore quando os pastos ficam verdes, tanto quanto é notório a manutenção do peso do Guzerá quando os pastos secam. Juntar o "ótimo do verde" com o "ótimo do seco" é o grande caminho. Ou seja, juntar a rusticidade com a precocidade no ganho de peso só pode dar certo.

4 - O Guzonel garante leite para as crias (via Guzerá), e consegue evitar a mortandade de gado novo. Basta lembrar que morriam entre 1,5 a 2,0 milhões de cabeças/ano no Mato Grosso por desnutrição no período de seca.

5 - O Brasil pode produzir, imediatamente, milhões de novilhos precoces. Somente com bons cruzamentos poderá garantir resultados em tal escala. Os touros Guzerá têm feito milagre e os preços disparam nos leilões, porque os resultados acontecem logo na geração F1.

6 - Os mais expressivos neloristas do Brasil já contam com uma seleção de Guzerá. Alguns deles fazem leilões de Nelore e Guzerá, ao mesmo tempo. Isto indica que os cruzamentos que estão sendo realizados no Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Pará, Rondônia, etc. estão dando muito certo.

7 - Já está comprovado por diversos frigoríficos centro-sulinos que o bovino Guzonel é um excelente produto no abate, além de ser notável para ser mantido no campo. Atinge excelente peso com pouca idade e bom rendimento de carcaça. Boa parte dos machos Guzonel é vendida para reprodução! (Se o mercado compra é porque é bom).

8 - No Nordeste, os neloristas tradicionais de vários Estados já se desfazem dos machos e introduzem touros Guzerá no plantel, com ótimos resultados. Afinal, a seca - no Nordeste - é a regra, e não a exceção! Outros preferem transferir o rebanho Nelore selecionado para a Zona da Mata ou Agreste, mantendo um núcleo de Guzerá que vem crescendo sem parar, na região seca.

9 - O Guzonel é a grande ferramenta que poderá melhorar o desfrute brasileiro, saindo do incômodo degrau de 20 kg/hab/ano para chegar a mais de 40 kg/hab/ano, como nos países desenvolvidos. Os modernos cruzamentos têm que estar atentos ao melhoramento da taxa de desfrute e não somente à obtenção de um animal graúdo (a qualquer preço).

10 - O Guzonel é a base mais vantajosa para realizar cruzamentos interzebuínos (utilizando apenas raças zebuínas) e tauríndicos (utilizando também raças europeías). Tudo começa com o cruzamento entre Nelore e Guzerá. O Brasil será o país da carne e logo estará apresentando dezenas de tipos compostos vitoriosos. Todos terão como base o Guzonel.

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